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domingo, 20 de julho de 2008

O primeiro desentendimento


Ela sempre achou que esse seria o grande problema entre eles. Ela altamente pontual, ele da maneira dele. Em algum momento, essas características tão diferentes iriam se chocar. Até este momento, ela sempre relevou esperar. Nunca havia se importado muito, mas hoje era sexta-feira. Ela trabalharia no dia seguinte e queria aproveitar um pouco.

Cada um tem os seus motivos, mas hoje lhe faltava paciência. Talvez porque ainda estivesse um pouco triste com os pensamentos que estava tendo. Ela precisava, sim, ser lembrada sempre o quanto era especial na vida dele. Mas não podia cobrar, ela não repetia isso com tanta frequência.
Queria desistir de vê-lo aquele dia, mas já  era tarde. Não havia como desistir, apesar disso ela já tinha prejudicado o dia sem o saber. Ele odiou ela ter mudado de idéia de sair, ela odiou ele se achar na razão. Ele disse, ela não. Ele disse o que pensava, ela não disse nada. Ela não sabia o que dizer, não queria brigar. Essas coisas começam assim: um desentendimento. E, logo, depois o fim. E ela realmente não quer o fim nem momentos ruins.

Ele disse o que queria, e disse que sentia saudade dela. Ela sorriu e tentou esquecer que tinha se chateado. A noite passou e eles ficaram bem. O dia seguinte veio. Ela foi “trabalhar”. E depois uma tarde com ele. Finalmente, foi ao AnimaMundi com ele. Duas sessões seguidas e muito sono. Ao fim da noite de sábado e muito sono, seu corpo pedia apenas uma cama e eles dois. 

No entanto, ao ver seus amigos saindo algo de estranho ela sentiu. Queria sair também. Queria aproveitar o sábado a noite como sempre fez com os seus amigos. A vontade transpareceu em seus olhos, mas ele disse que não desejava ir, contudo iria se ela quisesse. Acabaram não indo, ela com uma sensação estranha no peito.

Talvez dúvidas: será que as coisas serão como antes?!, Será que ele já está se acomodando. Calma, pensava ela. Esta é a primeira vez que vocês param em 3 meses de convivência. Não é acomodação, é cansaço. Todos precisam descansar. Mas aí, ela solta a fatídica pergunta: você está feliz? 

Será que a pergunta era pra ele, ou pra ela mesma?! Parece que ela nunca está satisfeita. Sozinha quer alguém, tem alguém quer a vida de solteira. Mas ela sabe o que quer. Quer sim ficar com ele, ela está feliz. Só com um pouquinho de vontade de aproveitar os amigos de novo. Mas isso acontecerá. Logo, ela espera.

A pergunta feita a ele trouxe alguns impactos. Ele parece ter ficado preocupado. Pareceu querer demonstrar a ela que, sim, está feliz. Eles tiveram uma conversa profunda e, finalmente, ela disse que tinha medo do jeito nômade dele. Dele ir embora a qualquer momento. E, nesse momento, ouviu o que mais gostou. 

Sim, ambos são muito novos. Não tem idade pra pensar em nada juntos de verdade. E ele, pensa assim. Mas as vezes parece fazer pequenos planos que são silenciados, mas evidenciados em algumas perguntas e brincadeiras. Em suas frases: comprar isso pra nossa casa, quando a gente casar, você vai ficar comigo, você pretende morar sempre no rio?

Todas mostram pequenos pensamentos, que ela não quer perceber. Já ouviu essa história uma vez. Não quer esperar coisas e não acontecer. Não quer fazer planos e não dar certo. Está feliz hoje e isso é o suficiente. O amanhã será bom do jeito que for. E no fundo, há uma pontinha de pensamento que deseja que seja com ele. Mas isso só o tempo dirá.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O aniversário dela

Não há como explicar, mas diariamente ela sente sua falta. Cada dia mais próximo da sexta-feira, mais saudade dele ela sente. Sua vontade era fazer uma surpresa e ir atrás dele sem avisar. Ligar para dizer um simples "eu te amo". Mas seus medos ainda a travam.

Apesar disso, essa semana foi muito ruim. Sentiu muito a sua falta e  sentiu-se abandonada pelo mundo. Seus amigos não pareciam amigos de verdade. Todos pareciam a estar trocando por outras coisas. Ela se sentia a pior das pessoas, mas não queria pedir ajuda. Precisava lidar com seus sentimentos. E, para ela, era humilhante demais dizer tudo que estava sentindo...

Talvez tenha sido o que chamam de inferno astral, que teoricamente se sente nos dias anteriores ao seu aniversário. O dia chegou. Foi muito bem comemorado.

Uma reunião entre amigos em casa e um momento que ela queria muito. Não sabia se conseguiria falar tudo que desejava, mas ia tentar. Tentou... Tremeu.. E falou... falou quase tudo que desejava. Queria muito ter falado dele. Queria dizer em público que ele era importante e também fazia parte de todo esse bom momento que ela estava vivendo. Houve uma vontade do primeiro pedaço de bolo ser pra ele, mas esse ano seu irmão merecia, e merecia muito.


Dia seguinte: mais uma comemoração. Muitas pizzas, muitas e até demais. Mas o sábado seria um pouquinho diferente. Um pouquinho distante. Ele iria trabalhar passar o dia inteiro longe dela. Foi estranho, mas bom. Demonstra a independência de suas vidas. Eles não precisam estar 100% do tempo grudados porque os momentos juntos são os mais importantes.

E o incrível aconteceu. Acordar as 9h da manhã parecia inimaginavel para ela. Mas ele assim o quis e eles tiveram um excelente domingo. Um passeio pelo seu lugar preferido, dessa vez com a luz do sol. Logo depois ela foi encontrar umas amigas. E voltar para ele: o melhor momento do dia.

Sua vida está realmente mudando. Ela não queria ir para esse encontro com suas amigas, não se sentia a vontade com certas coisas. Mas nesse dia queria muito ter a coragem de resolver tudo. E foi o que fez. Coisas foram ditas, problemas resolvidos e o clima ficou o melhor possível.

Daqui para frente com certeza só momentos bons.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Momentos entre amigos


Incrível como as coisas mudam. Em alguns momentos ela se pega pensando em como tudo está tão bom. Nem parece real. Além de gostar muito dele, ele é muito sociável. E cada vez se torna mais querido pelas pessoas próximas. Parece que finalmente ela fez a escolha certa e está feliz. 
Quase que diariamente ela pensa como tudo poderia ainda estar diferente senão fosse a sua decisão banal de conhecê-lo ou não, se deixar levar por seus sentimentos mesmo morrendo de medo. 


Neste fim de semana, ela pode realmente ver como tudo está mais que perfeito. Ela, ele, seus amigos. Tudo mais que perfeito. Apesar disso o medo ressurgiu com força. Ele, depois de beber um pouco demais, resolveu desabafar. Falou do seu passado e, novamente, ela sentiu que as coisas não estavam bem definidas para ele. Parecia haver um arrependimento em relação a tudo que houve em sua vida.

Contudo, ela entende, ou pelo menos tenta. Ela namorou 4 anos. Levou muito tempo pra superar. Superou, mas aquele sentimento de primeiro namorado nunca some. 

Mas apesar desses pequenos detalhes os dias especiais sãos empre especiais ao seu lado.

Houve também seu primeiro estresse ao seu lado. Muito bem contornado. Mas o primeiro... Foi até engraçado vê-lo levemente chateado porque ela não fez exatamente o que disse fazer: afinal, perto e longe são distâncias que dependem de um referencial.