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domingo, 6 de abril de 2008

O começo

O começo apesar de casual tem data e hora: 06 de abril de 2008, por voltas das 18h de um domingo. Para ela, apenas mais um domingo normal. O último dia de mais um final de semana agitado, como ocorria normalmente desde que ficou solteira. Agora, sextas-feiras e sábados eram sempre de farra com os amigos.

Mesmo neste dia, que é mais depressivo por demonstrar que o final de semana chega ao fim e a segunda-feira de trabalho logo bate a porta, tem mais uma saída programada. Uma saída que furou por dois motivos. Pra que sair de casa num domingo de chuva?!, pensava: "não vou conhecer ninguém de interessante mesmo. E não estou nem um pouco afim das conversinhas de sempre".

Decida a não sair, fica sozinha em casa. Inclusive, essa situação causou-lhe um grande arrependimento. Como pôde decidir ficar em casa sozinha e não sair com um amigo?! Nesse extremo momento de carência, resolve abusar das inovações tecnológicas e bater papo com alguém diferente. Uma atitude estranha para quem não estava afim das conversinhas de sempre. O que provavelmente iria encontrar nesse espaço era a mesma conversinha de sempre.

Não sei o que aconteceu de diferente dessa vez, mas não colocou apelidos de mentira. Talvez precisasse ser ela mesma hoje. Mas como sempre se sentiu idiota naquele lugar com aquelas mesmas conversinhas. Até o momento em que a conversa começou a ser diferente.

Alguém pela primeira vez parecia querer apenas bater papo. E não parecia ser um chato ou um ignorante. Aliás, nem muita bola dava a ela. Parecia apenas mais uma entre algumas conversas que ele poderia estar tendo.

Sem bem saber o porquê foi sincera e confiou em nele. Deu seus contatos de verdade e a conversa continuou. Era muito esquisito estar gostando do que estava acontecendo. Mas estava gostando muito, com total certeza queria conhecer aquela pessoa frente a frente. Inclusive parecia estar mais empolgada que ele.

Apesar dessa idéia foi dele que veio o convite. "Quer jantar comigo?". Ai, meu Deus!!!! Queria muito aceitar. Não sentia que ele era um maluco de internet, sentia confiança mesmo sem conhecê-lo. Mas não teve coragem. Inventou uma desculpa e recusou o convite, apesar da grande vontade de aceitar. Disse que poderia ser em um outro dia, mas no fundo sabia que iria recusar de novo.

Depois de mais algumas conversas virtuais. Resolveu chamá-lo para sair. Sexta-feira a noite é dia de Lapa. Parecia um bom lugar para conhecê-lo, principalmente com algum dos seus amigos por perto. Só que dessa vez foi ele quem recusou. Engraçado como isso a abalou. Queria conhecê-lo mais queria que fosse do seu jeito.

Outras conversas virtuais vieram, pensamentos engraçados foram surgindo na sua cabeça. Tudo era muito estranho para ela. Até que recebe um telefonema, um telefonema muito inesperado. Conversa com o desconhecido como se já o conhecesse a um bom tempo. Sente confiança e gosta da pessoa do outro lado da linha. Resolve, portanto, ver como seria de verdade. Mas suas propostas sempre envolviam saídas com amigos. Talvez por causa de um certo medo.

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